Comer, Rezar, Amar – Experiências Fundamentais Num Filme Com Julia Roberts

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O livro da autora Elizabeth Gilbert “Comer, Rezar, Amar” passou 150 semanas na lista de best-sellers do New York Times e é, segundo as críticas, muito bom. Também é roteiro de filme, sobre os motivos que fizeram uma loira alta (Gilbert) abandonar o casamento fracassado e o caso de amor desastroso para passar um ano vivendo na Itália, Índia e Bali procurando achar o equilíbrio do corpo, mente e espírito.

Durante essa jornada, homens charmosos são atraídos para ela, entre eles está um sábio, que precisa lembra-la de quem é, recordando-a instantaneamente, embora tudo o que o homem saiba seja apenas o que a viajante acabou de lhe contar.

A prosa de Gilbert é alimentada por uma mistura de inteligência e exuberância que é quase irresistível, e se esses são os requisitos que o espectador está procurando, Julia Roberts é uma excelente escolha como estrela do filme “Comer, Rezar, Amar”.

Julia Roberts

No enredo é possível perceber como seria divertido passar um ano viajando com Gilbert. Muito mais animado do que ficar quase duas horas assistindo a um filme sobre isso.

Aqui está uma película sobre Liz Gilbert. Sobre sua busca, sua ambição, sua boa sorte em encontrar apenas homens legais, incluindo os que ela dispensa. A viajante financia toda a viagem, incluindo acomodações cênicas, ashram, curandeiro, guru, taxas de spa e guarda-roupa, no avanço para escrever este livro. Com certeza, o editor fez um investimento sábio.

Tanto o livro quanto o filme é todo sobre ela, e muitos leitores / espectadores podem realmente se identificar com isso. Seu primeiro casamento aparentemente fracassou, principalmente porque Liz se cansou dele, embora Julia Roberts em sua atuação faça o favor de explicar que eles eram “jovens e imaturos”.

Comer, Rezar, Amar – Sinopse

Originalmente chamado “Eat Pray Love”, “Comer, Rezar, Amar” traz a personagem de Julia Roberts, Liz Gilbert, que tira férias de sua vida miserável como uma respeitada escritora nova-iorquina, financeiramente segura, amada por homens que ela não pode amar de volta, além de sentir um profundo desespero por seu próprio vazio interior.

A autora viaja pelo mundo em busca de iluminação, numa jornada a qual nunca hesita em contar para quem conhece, estando fora de sua própria zona de conforto. Para o espectador, porém, é tudo menos isso.

O filme “Comer, Rezar, Amar” nunca se aventura, nem mesmo uma vez, em alguma situação que não beira a mais confortável.

Na Itália, Liz come pratos de macarrão como o Pavarotti, e em uma trattoria, aparentemente pede o menu inteiro. Além de conhecer um homem interpretado por James Franco, sobre quem, diz o suficiente.

A viajante mostra fibra moral, realizando sonhos interiores na Índia, onde sua busca envolve disciplina na meditação, para a qual atribui três meses, em vez do tempo de vida recomendado. Lá conhece um texano mais velho, barbudo e de óculos (Richard Jenkins) que é sem dúvida o homem mais interessante e atraente do filme, e como todos os outros, parece inocente de luxúria.

Em Bali, Liz revisita seu amado conselheiro Ketut Liyer (Hadi Subiyanto), que é um mestre de truísmos conhecido por todos. Embora o homem a conecte com as inquietações, suas próprias habilidades parecem limitadas às adivinhações que alguém poderia fazer depois de olhar para ela, contando coisas que já podia ter revelado.

Quando finalmente encontra equilíbrio, começa a dançar no fio da vida. Ela conhece Felipe (Javier Bardem), outro exilado divorciado, que é bonito, charmoso, diplomático, bondoso e bom beijador.

Javier Bardem

O homem explica que mora em Bali porque seu negócio é importar e exportar, “o que se pode fazer em qualquer lugar”, embora mais tarde, após os laços se tornarem mais fortes, Felipe explique que Liz deve se mudar para Bali porque seu negócio é lá.

Comer, Rezar, Amar – Crítica

Seria difícil negar que “Comer, Rezar, Amar”, filme dirigido por Ryan Murphy, estrelado por Julia Roberts como a mulher numa jornada de autodescoberta que dura um ano, é uma película imperfeita. Com 133 minutos de duração, a história começa a desgastar sua boa vontade bem dentro da marca de duas horas de filme.

“Comer, Rezar, Amar” apresenta frases teológicas, mensagens grandiosas e um sentimentalismo “água com açúcar”, que pode muito bem ser um erro cinematográfico entrelaçado a locais exóticos como Los Angeles, Bali, Índia e Itália.

Apesar de tudo, “Comer, Rezar, Amar” é um filme bastante divertido, casualmente inspirador e genuinamente bom, que permanece fiel ao material original, o romance da autora Elizabeth Gilbert baseado em suas próprias experiências. Lapsos na lógica e na sequência romântica à parte, Julia Roberts está bem dentro de sua personagem como Gilbert, uma mistura brilhante do espírito aventureiro, social, egocêntrico de alma emotiva e ferida.

As frases de “Comer, Rezar, Amar” não exigem tanto que Roberts tenha uma entrega intensa, embora requisitem a capacidade ampliada de se aventurar por caminhos mais sombrios da humanidade.

Porém, a película requer que Roberts tenha uma aparência bonita, aja de maneira “comum”, pisque aqueles olhos belíssimos como forma de demostrar vulnerabilidade, comunicando de maneira convincente os momentos óbvios da espiritualidade com absoluta convicção.

Os fãs do livro “Comer, Rezar, Amar” provavelmente ficarão em êxtase com o diretor cinematográfico da adaptação escrita de Gilbert, Ryan Murphy. Uma adaptação que permanece em grande parte fiel ao livro, apesar de obviamente ter que sofrer cortes, para não se prolongar demais.

Muito parecido com o livro em si, o filme “Comer, Rezar, Amar” é provável que seja mais bem-sucedido no público feminino, embora os homens o considerem tolerável ou agradável.

O roteiro é indiscutivelmente mais satisfatório na primeira parte da jornada, um período de quatro meses na Itália que a coloca rapidamente em contato com Sofi (Tuva Novotny), uma bela jovem aparentemente, em uma jornada similar, além de um pequeno grupo de moradores locais.

Este período consegue dar a ela um senso genuíno de comunidade, uma espécie de ressonância emocional bastante autêntica que é praticamente inexistente nos próximos dois segmentos.

Para a maioria dos leitores do livro “Comer, Rezar, Amar” o personagem favorito é Richard, um texano irascível e rabugento que está no ashram com sede na Índia, onde Gilbert visita após sua saída da Itália.

Interpretado pelo ator Richard Jenkins (The Visitor) no filme, o personagem é quase mudo se comparado ao desenvolvimento extensivo que recebeu no livro. Aqui, Richard parece existir exclusivo como um ponto de checagem para o esclarecimento de Liz vomitar a filosofia oriental trivial que é tão fundamental em histórias do gênero.

A cinematográfica “Comer, Rezar, Amar” encerra seu enredo infinitamente melhor do que no livro de Gilbert, no entanto, elogios a Murphy e a co-roteirista Jennifer Salt, para agradar Hollywood.

Terminando com a consciência de que o amor que Liz descobre é um sentimento que redefine sua existência no relacionamento e como a autora faz isso sem se abandonar. É um equilíbrio difícil, mas, na maior parte, “Comer, Rezar, Amar” consegue encontrá-lo.

“Comer, Rezar, Amar” possui também trilha sonora cuja partitura original é de Dario Marianelli numa maravilha de viagem e descoberta, além de músicas interpretadas por João Gilberto, Marvin Gaye, entre muitos outros. Ainda participa da película o design de produção de Bill Groom com os objetivos bem definidos em cada parada da jornada de Liz.

Comer, Rezar, Amar – Ficha Técnica

Título Original – Eat Pray Love

Direção – Ryan Murphy

Elenco – Julia Roberts, Richard Jenkins, Javier Barden, Viola Davis, etc.

Produção – Columbia Pictures

Distribuição – Sony Pictures

Trilha Sonora – Dario Marianelli

Roteiro – Ryan Murphy / Jennifer Salt

Gênero / Ano – Drama / 2010

Idioma – Inglês / Italiano / Português

Nacionalidade – EUA