Leonardo Di Caprio Informa e Entretém Com o Filme A Última Hora

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É difícil não concordar com todas as palavras deste documentário. Como deixa claro o título, o filme “A Última Hora” soa como um aviso de que praticamente esgotamos a pilha de lenha do planeta Terra e, para manter as coisas funcionando, já estamos jogando a mobília no fogo. Com certeza, é uma mensagem devastadora.

Houve uma época em que a Terra existia com energia em equilíbrio. A luz solar deste tempo atingia as plantações, alimentando e aquecendo os seres humanos. Porém, com a exploração do carvão e do petróleo, colocamos fogo em milhões de anos de energia armazenada o mais rápido que pudemos, e o resultado é a poluição do ar, aquecimento global e o desequilíbrio planetário.

O que nos espera no fim dessa onda de desperdícios desenfreados? Stephen Hawking acredita que um futuro onde a Terra se assemelha a Vênus, com uma temperatura de 250º graus Celsius. Ainda haveria chuva, no entanto, infelizmente de ácido sulfúrico.

A Última Hora – Sinopse

Com o título original de “The 11th Hour”, “A Última Hora” é um filme narrado e coproduzido por Leonardo Di Caprio, que reúne um grupo de especialistas respeitados para falar de suas áreas de conhecimento sobre como estamos despojando nosso planeta e o que poderíamos fazer para mudar as coisas. Sendo que não há muito tempo.

Leonardo DiCaprio

Os arquitetos John Todd e Bruce Mau explicam como poderíamos construir habitações “verdes” que usariam energia solar, consumiriam seus próprios resíduos e funcionariam como uma árvore. Não há razão para que todas as casas (todas recém-construídas, ao menos) não tenham painéis solares no teto, para ajudar a aquecer, iluminar e resfriar a si mesmas.

Bem, há uma razão, na verdade: as empresas de energia resistem a qualquer ação para redirecionar os gigantescos subsídios a proprietários de imóveis ecologicamente corretos.

Conferimos também no filme “A Última Hora” sobre a destruição das florestas, a morte dos mares, o derretimento das calotas polares, a aglomeração dos gases de efeito estufa, entre outros problemas que estão matando o planeta.

A ironia desta película é que, em outro documentário, “Na Sombra da Lua”, sobre astronautas sobreviventes que caminharam na lua, vemos a visão da Terra a mais de 400.000 quilômetros de distância. Observado de lá, este nos parece um planeta incrivelmente grande para ser envolto em uma atmosfera tão fina e vulnerável.

A Última Hora – Crítica

Diferente dos outros filmes de Leonardo Di Caprio, “A Última Hora” é uma película que a julgar por todos os bebedores de gasolina ainda sujando o ar e as garrafas de plástico entupindo os aterros, parece que a notícia de que estamos matando a nós e ao mundo com ganância e lixo não pegou.

“A Última Hora” trata-se de um documentário surpreendentemente impactante sobre nossa calamidade ambiental, hoje uma visão tão essencial. Isso pode não mudar nossas vidas, mas talvez inspire a reciclar o antigo slogan de famosas campanhas publicitárias do passado: se você não faz parte da solução, você é parte do problema.

O problema parece esmagador, literalmente, como demonstrado nas imagens de aterros sanitários transbordando e mananciais de água repugnantemente poluídos exibidos como provas contundentes.

Estruturado nos filmes de ficção (em outras palavras, como um trabalho de conclusão), ele abre com uma introdução que apresenta o caso, cria impulso numa seção intermediária de análise e envolve com otimismo suficiente que não assusta, mas sim recruta o espectador.

Escrito e dirigido pelas irmãs Leila Conners Petersen e Nadia Conners, além de contar com a narração de Leonardo Di Caprio, um dos produtores, o filme “A Última Hora” tenta evitar o desamparo, e o niilismo que muitas vezes está presente em temas como esse, principalmente apelando para a nossa razão.

Através de entrevistas, cerca de 50 cientistas, ativistas, gurus, políticos e até mesmo líderes alternativos analisam os argumentos, apresentam dados e criticam a facção não verde. De vez em quando, Di Caprio aparece na tela para interromper o show, olhando para a câmera e empurrando a narrativa para o próximo tópico.

Se a cabeça não estiver enfiada na areia, muito do que é dito no filme será agonizante e habitual. Com crianças adoecendo, animais desaparecendo, óleo jorrando, fumaça escapando, mananciais morrendo, florestas secando e a temperatura aumentando numa lista de problemas que é drasticamente familiar.

Na abertura de olhos da película, as diretoras vasculham um verdadeiro catálogo de instantâneos oportunos, alguns óbvios (um horizonte nebuloso), outros menos (um feto humano).

É a nossa extraordinária capacidade otimista que distingue “A Última Hora” e que comunica tão poderosamente, em parte porque possuímos qualidade humana que nos força a lutar contra os estragos que fizemos e continuamos fazendo.

A Última Hora – Prós e Contras

Não importam quão bem intencionados, documentários políticos apresentem problemas sem soluções reais e atuais, defendendo uma causa ou divulgando alguma instituição. Grande parte deles apenas aumenta o ruído (poluição), tornando-se no fim outro título no currículo de um cineasta, um curativo temporário para a culpa do público.

Efetivamente, esse documentário tem chocado bastante o espectador, mas o modelo visual e estrutural real aqui é sobre um filme com suas paisagens globais em streaming. A diferença é que as imagens em “A Última Hora” são terrivelmente apavorantes, nem um pouco tranquilizadoras, pacíficas ou estetizadas.

Isso pode dificultar a observação, a mensagem que as diretoras querem passar claramente. Elas vasculham rapidamente as imagens e as entrevistas, às vezes um pouco rápido demais, e mantêm a informação fluindo tão velozmente quanto as visuais. Esse ritmo ágil e constante significa que o espectador recebe muitas más notícias de muitas fontes diferentes.

O ecologista Brock Dolman explica: “Quando começamos a nos alimentar do ciclo de combustíveis fósseis, começamos a viver em um ciclo baseado na morte.” De lá, o tópico pula agudamente para a mudança climática, segurança nacional, furacão Katrina, asma, além das notícias impressionantes da oceanógrafa e autora Sylvia Earle que “perdeu-se 90% da maioria dos peixes grandes no mar”.

Sim, é ruim, mas ainda não acabou. Muitas dessas mesmas cabeças sóbrias argumentam com igual paixão que podemos nos salvar, juntamente com o céu acima de nós e a terra abaixo.

Há capacidade dos seres humanos de lutar, de se elevar à ocasião, como observa Woolsey, invocando o rápido, embora atrasado, salto da América para a Segunda Guerra Mundial, criando esperança onde ninguém parecia achar possível.

O produtor e narrador Leonardo Di Caprio nos desafia a mudar a consciência e transformar nossas vidas, vivendo levemente a terra em harmonia com a natureza. “A Última Hora”, acima de tudo, é um filme profundamente espiritual que proclama a importância evolutiva do amor, compaixão, atenção plena, reverência e conexão com todos os seres vivos.

A película, corajosamente nos leva muito além de “Uma Verdade Inconveniente“, com seu exame incisivo e vanguardista da crise ambiental global. Ela explora o quadro mais amplo do que está acontecendo em todas as áreas do planeta (mudanças climáticas, extinção de espécies, degradação do solo, perda de florestas, poluição dos oceanos e muito mais).

Mas isso não acaba em más notícias. “A Última Hora” é um filme que termina com tom real de esperança, oferecendo um roteiro visionário para um futuro sustentável. Podemos estar na última hora, o último momento em que a mudança é possível, mas a transformação é concebível.

A Última Hora – Ficha Técnica 

Data de Lançamento – 30/11/2007

Título Original – The 11th Hour

Elenco – Leonardo Di Caprio, Stephen Hawking, Michael Lerner, etc.

Indicações – Satellite Award de Melhor Documentário

Distribuição – Warner Bros

Produção – Leonardo Di Caprio

Gênero – Documentário

Direção / Roteiro – Nadia Conners / Leila Conners Petersen

Nacionalidade – EUA