Juventude - Filmes de Cinema

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Juventude é um filme de 2015 dirigido pelo italiano Paolo Sorrentino, e estrelado por Michael Caine e Harvey Keitel. O elenco inclui, ainda, atores como Paul Dano, Rachel Weisz e Jane Fonda.

O filme ganhou inúmeros prêmios, entre eles: Prêmio do Cinema Europeu de Melhor Filme (2015), Prêmio do Cinema Europeu de Melhor Direção (2015), Prêmio da Academia Polonesa de Melhor Filme Europeu (2016), etc.

Juventude – Sinopse

Este é um filme que conta a trama de Fred (Michael Caine) e Mick (Harvey Keitel), dois amigos de longa data que trabalham na área artística. Fred precisa lidar com o insistente assessor da rainha Elizabeth II, querendo que ele faça uma apresentação para o seu filho, o Príncipe Phillip.

Já Mick está com um grupo de jovens roteiristas e necessita terminar o que ele chama de “maior obra da sua vida”. Entretanto, nem ele nem seus ajudantes conseguem se decidir como será a cena final do leito de morte do personagem principal da obra.

Todos estão passando uma temporada em um hotel de luxo, onde conhecem outras pessoas relevantes da mídia, além de reencontrarem conhecidos de suas vidas pessoais.

Juventude – Resenha

O filme consegue prender a atenção do espectador do começo até o seu final. A fotografia e edição de imagem foram feitos com maestria, um acompanhamento perfeito para uma história tão profunda e bem dividida entre os seus personagens.

Muitos dos personagens têm poucas falas durante o filme. Entretanto, apenas os movimentos, músicas e passagens de câmera já nos explicam o porquê daquele personagem estar ali, naquele momento.

Ambos os amigos, embora próximos, lidam com as emoções de uma forma bastante diferente, algo que fica explicitamente explicado ao final do filme. Mick é o típico artista sonhador que estamos acostumados a ver, que sempre dá 200% de si no que faz e se emociona com cada detalhe. Tudo precisa ser perfeito, tudo necessita demostrar o que ele é e o que ele quer passar para o mundo com os seus filmes.

Já Fred, é totalmente o oposto. Inexpressivo, apático (como sua filha costuma dizer), não sabe como mostrar o que sente por meio de ações ou falas, somente por meio da música ele consegue se expressar. A música sempre foi sua vida, entretanto, ele acabou perdendo o amor.

A filha de Fred é uma peça-chave para se entender a trama e, de certa forma, quebrar o ar pesado que o filme pode carregar. Ela é a assistente do pai e, no decorrer da história, fica com o filho de Mick.

Outro fator muito interessante sobre o longa é que ele traz diversas conexões com outros filmes do diretor e até mesmo de outras obras semelhantes. No começo do filme, aparece uma mulher caracterizada dos anos 1960 cantando uma música da época em um palco giratório.

Em “A Grande Beleza”, de 2013, também dirigido por Paolo Sorrentino, o filme também começa mostrando uma festa agitada. Ambos também faziam alto apelo da fotografia e das músicas para preparar o telespectador para a ambientação dos dois filmes, todos recheados de muitos pensamentos filosóficos e uma riqueza de significados e peculiaridades, ditos muitas vezes por meio de gestos ou simples detalhes.

O filme também conta com vários momentos de ironia e críticas ao mundo artístico e show business. Um desses momentos é quando a filha de Fred acaba sonhando com o clipe da então atual namorada do seu ex, Paloma Feith. Com uma exceção de efeitos visuais, edições e sensualidade, o clipe foi uma nítida crítica à indústria musical, que preza (muitas vezes) mais por um corpo bonito e sensual do que por uma boa voz.

Outras personalidades como Hitler e Maradona também apareceram durante a trama. O primeiro foi tido como uma supercelebridade, cercada de fãs sempre e até mesmo egocêntrico. Entretanto, ele sempre se cansava com extrema facilidade e tinha que ser acompanhado o tempo todo por uma enfermeira que carregava o seu cilindro de oxigênio.

Hitler foi uma das caracterizações de Jimmy Tree, um jovem ator que estava estudando para o seu novo papel. O principal drama do personagem no filme era por conta da sua carreira: apesar de ter feito inúmeros personagens, acabou sendo conhecido por fazer um robô, cujo traje mal mostrava o seu rosto, porém ganhou a atenção do público.

É possível que você precise assistir Juventude mais de uma vez para entender completamente todo o seu lirismo, alfinetadas e metáforas sobre a vida, sobre a mídia e sobre nós mesmos.

Alguns críticos afirmam que este não é um filme tão recomendado para jovens, pois, para entender realmente o que é a juventude, é preciso passar por ela primeiro. Muitos filmes e programas de TV que retratam a vida jovem preferem levar tudo para um lado mais exagerado, como o uso de bebidas e de drogas e a prática do sexo.

Para os que estão vivendo essa fase, pode até parecer que seja isso mesmo, mas conforme vamos envelhecendo, percebemos que, na verdade, sempre existiu muito mais do que isso, e que talvez a juventude nunca tenha acabado na verdade.

Você pode ser o Mick e viver por sua paixão até o último minuto, ou pode ser o Fred e perceber que, no final, sempre podemos nos dar uma segunda chance de se fazer o que não tivemos coragem até hoje.